I PREÂMBULO:
É um nome “genérico” dado a todas as religiões do Ocidente que conflitaram com a Igreja Romana no século XVI, não aceitando a autoridade papal.
Surgiu do “protesto” dos príncipes alemães que acolheram o “Luteranismo”. Foram contra a Dieta de Espira – 1529 – convocada pelo então Imperador Germânico Carlos V, com o objetivo de apoiar Roma e condenar as teses e pregações do frade agostiniano Martinho Lutero.
Contemporaneamente, de certa forma, podem ser incluídas todas as Igrejas e seitas religiosas que se seguiram ao movimento Luterano e que igualmente não aceitam a autoridade pontifícia, outorgando a si mesmas o direito de interpretar livremente a Bíblia Judeu-Cristã. Podem ser inseridas no rol, inclusive, as que surgiram recentemente no Brasil, tais como: Igreja Universal do Reino de Deus (do Bispo Edir Macedo), a Igreja Renascer (do Bispo Estevam Hernandes Filho e Bispa Sonia Hernandes), e cerca de 6.000 novas seitas protestantes existentes no país.
II- ANTECEDENTES:
A Igreja Romana, instituição monolítica e totalitária da Idade Média, a partir do século XIV, começou a ter posto em dúvida seu poder supremo. Algumas causas formaram, em seu conjunto, o “caldo de cultura”, proporcionador da eclosão da chamada Revolução Protestante.
Efetivamente, no século XIV, as trevas medievais começaram a dissipar-se através de alguns acontecimentos inovadores. Contra o “obscurantismo” dos absurdos dogmas que tornaram o mundo ocidental espiritualmente escuro, urgia iniciar-se uma nova etapa – um novo ciclo – em que a liberdade de pensar fosse implantada. Passa a prevalecer a tese de alguns filósofos pré-iluministas, defendendo a tese de que o que caracteriza o ser humano e o diferencia dos animais inferiores é a “razão”. Começara a esboçar-se, embrionariamente, uma onda humanística, contrária à truculência e arbitrariedade da Igreja Romana.
O “Racionalismo” estava batendo às portas dos mais bem dotados intelectualmente. Uma verdadeira “Elite Intelectual” começou a surgir. Homens inteligentes, cultos e independentes como, por exemplo, Dante Alighieri, corajosamente trazem os primeiros clarões de liberdade: o pensador italiano posicionou-se nesse sentido, ao colocar em sua conhecida obra Da Monarquia o então Papa Bonifácio VIII no inferno. Por outro lado, nos altos planos espirituais, concomitantemente se planejava o início de um movimento na carne, visando a reposição das coisas no lugar. Seriam os movimentos preliminares, objetivando a restauração da deturpação ocorrida no século IV d.C..
Num conclave astral, foi decidido que vários espíritos de escol deveriam voltar ao plantel carnal em missão, em diferentes locais e em épocas próximas, para tentar alcançar aqueles objetivos almejados. Seriam os vanguardeiros, com a incumbência de enfrentar com coragem, inteligência, desprendimento e perseverança, os perigos de cooperar no desmantelamento da monolítica e tenebrosa Igreja Romana, que aterrorizava com sua violência e hostilidade os espíritos independentes do mundo ocidental de então.
A Besta Apocalíptica (Apocalipse - cap. 13) oprimia, com seus tentáculos espalhados por toda a Europa, todos aqueles que ousassem tentar qualquer movimento que lhe fosse contrário. Alguns acontecimentos foram ocorrendo naquele século, debilitando-a, desmoralizando-a e, com isso, favorecendo o enfraquecimento daquela poderosa e férrea instituição religiosa.
III- CAUSAS
A História nos dá conta que, com Bonifácio VIII, praticamente se encerra a fase medieval do Papado. Efetivamente, os princípios catolicocráticos de monarquia absoluta do papa são colocados em perigo, pelo crescente poder das nascentes monarquias nacionais.
Na França, Felipe IV, o Belo, com apoio do clero local, humilha Bonifácio VIII. A transferência da sede Papal de Roma para Avignon (sul da França) diminuiu sensivelmente o seu prestígio internacional. Por outra face, os chamados papas “esbanjadores” – Sisto IV, que fez do nepotismo uma instituição; Inocêncio VIII que, para cobrir as despesas de sua eleição e os gastos de uma côrte frívola, recebeu ajuda financeira de sultão muçulmano e, em conseqüência, recusa-se a ordenar nova cruzada, aliados a Alexandre VI, Julio II e Leão X, grandes gastadores; foram minando as riquezas da Santa Sé. Ao contraírem grandes dívidas, enfraqueceram-na financeiramente e a colocaram a mercê dos grandes banqueiros europeus, particularmente os florentinos.
Todos esses fatores conjugados, aliados ao aparecimento de lutas internas pelo poder de papas e anti papas, propiciaram uma tendência dos países europeus a se afastarem de Roma, rompendo seus laços com ela, objetivando alcançar as suas respectivas “nacionalizações”. Além dessas, podem, em síntese, ser acrescentadas mais algumas causas fundamentais, tais como:
1- o contraste entre a ignorância do baixo clero, o chamado proletariado eclesiástico, e o preparo e luxo dos altos dignitários da Igreja;
2- a interferência direta dos monarcas na política pontifícia, na luta pelo poder que realizavam entre si os vários papas;
3- ainda no tocante ao poder temporal, a insistente afirmação do papado como monarquia absoluta;
4- o envolvimento da Igreja nas lutas que dividem os Estados-Cidades da Península Itálica;
5- a burguesia que não aceitava as limitações de suas atividades financeiras – a usura;
6- com Guttenberg, a invenção da prensa, despertando a curiosidade intelectual e difundindo, como rastilho de pólvora, todo o saber da época, poderoso instrumento na propagação das teses reformistas;
7- o frágil liame espiritual do clero e povo alemão de um lado, e a Roma dos papas de outro;
8- a probabilidade de um repentino enriquecimento, através da possibilidade de apropriação dos bens da Igreja pela sua secularização e confisco, e conseqüente isenção do pagamento dos impostos a ela devidos;
9- a pregação da elite intelectual dos humanistas, condenando os vícios da Igreja, inicialmente com John Wycliff, João Huss, Girolano Savonarola, Erasmo de Rotterdan e, posteriormente, com Giordano Bruno e outros.
Com o concurso de todos esses fatores e circunstâncias, estavam criadas as condições para a eclosão de uma Revolução Cismática nas hostes romanas.
O processo de “maturação” estava concluído.
IV- PEQUENO HISTÓRICO
Como já dito anteriormente, o rei Felipe IV, o Belo da França, desejando livrar-se do fisco romano, apoiado pelo clero gaulês, entrou em conflito com o papa Bonifácio VIII. O clero francês, em 1438, obtém autonomia da Santa Sé.
Após os combates com os exércitos papais, os franceses invadiram Roma. O Papa foi levado preso para a cidade de Avignon – sul da França. Durante o período do “Cativeiro”, o trono papal ficou livre em Roma. Em conseqüência, surgiram pretendentes ocasionando disputas acirradas. Chegou-se a ter três Papas em uma mesma época...
No século XIV, John Wycliff na Inglaterra, além da tradução do Novo Testamento para a sua língua, já escrevera e pregara contra as fraquezas da Igreja.
João Huss, no mesmo diapasão, acabou por ser excomungado e, acusado de heresia e condenado pela Santa Inquisição, desencarnou na fogueira em Constança – sul da Alemanha. Sua condenação causou grande repulsa e o povo tchecoslovaco, que o admirava muito, iniciou grande revolução contra a autoridade papal.
Apesar de várias cruzadas enviadas por Roma para conter o movimento Hussita, todas foram inapelavelmente derrotadas. Esse fato repercutiu de forma desastrosa para a imagem de Roma.
Além disso, no Concílio da Basiléia, surgiram várias teses antagônicas aos Sumos Pontífices de Roma.
V- MARTINHO LUTERO E A CORRUPÇÃO
ROMANA
Martinho Lutero, frei agostiniano, homem culto, independente, temeroso de cometer erros doutrinários e ir parar em lugares espiritualmente tenebrosos, professor da Universidade de Wittemberg, passara, a serviço de sua ordem, sete meses em Roma.
Alexandre VI, Pai do Cardeal César Bórgia, Lucrécia Bórgia e mais outros três filhos com várias amantes, confundira o patrimônio da Santa Sé, com o de sua família.
Endividado, contraíra empréstimos junto aos banqueiros judeus de Florença. Mandou queimar nessa cidade um grande e eloqüente orador que lhe fazia fortes críticas – Girolano Savonarola. Deixou para Julio II, o Papa Guerreiro, um déficit orçamentário muito grande.
Este, ao invés de reequilibrar as finanças, resolveu gastar ainda mais. Decidiu construir a Basílica de São Pedro, contratando, inclusive, Michelangelo para a consecução desse objetivo. Além disso, como era um papa mais de ação do que de oração, gastou muito nas guerras em que ia à frente, no comando dos exércitos papalinos. Como não tinha recursos econômicos suficientes, resolveu iniciar a venda de indulgências plenárias e, com a arrecadação, fazer frente às despesas que adviriam.
Para culminar, agravando ainda mais a já penosa situação moral e financeira da Santa Sé, seu sucessor, Leão X, já afirmara: “Deus nos deu o papado; vamos gozá-lo”. Cardeal aos treze anos e papa muito jovem, da família Medicis, resolveu endividar-se ainda mais. Decidiu iniciar a construção da Biblioteca, junto a Basílica do Vaticano. Para fazer face às despesas, resolveu continuar a venda das indulgências pelas Províncias Romanas. Na Alemanha, acertou com o Arcebispo Alberto de Brandenburgo a sua execução, ficando cada qual com a metade do que fosse arrecadado. Ao Imperador Maximiliano I, para não se opor, deram vultosa quantia em dinheiro. Foi designado para dirigi-la o frei dominicano Tetzel. Estava estabelecida a ambiência necessária para a revolta... Como era de se esperar, Martinho Lutero, diante de tudo o que presenciou, rebelou-se. Passou a escrever teses contrárias a Roma. Condena o instrumento de perdão, afirmando que ele conduz o crente ao erro. Chamado por Leão X a retratar-se, como era hábito de Roma nessas situações, não atendeu a ordem. Ao revés, chama o Papa de anti cristo e Roma de a Prostituta da Babilônia.
Em conseqüência, Leão X expede a bula “Exsurge Domine”. Lutero foi excomungado e declarado herege. A heresia era punida com a pena de morte. Em praça pública, queima a bula, lamentando não poder queimar o próprio papa. Levado secretamente por amigos, esconde-se no Castelo de Wartburg, onde ficou junto a Melanchton e simpatizantes por 18 meses.
Como pregassem a “livre interpretação” da Bíblia e ela estava em latim – a Vulgata Latina – fez sua tradução para a língua alemã.
Coincidentemente, a prensa tipográfica havia sido inventada na época. Assim, suas teses e tradução bíblica tiveram grande facilidade de irradiação. Expandiram-se rápida e espontaneamente pela Europa. No seu país houve grandes adesões, com rebeldes assumindo atitudes violentas. Igrejas e Mosteiros são queimados. A fraqueza do Imperador, ausente da Alemanha no período de 1521 a 1530, concorreu para o fortalecimento do movimento. O apelo do papa para uma Cruzada contra os hereges não teve acolhida.
De 1.539 a 1.545, houve grande propagação das teses luteranas.
VI- A SECULARIZAÇÃO DOS BENS DA IGREJA
Carlos V, Imperador, reconhece a legitimidade da secularização e conseqüente confisco dos bens da Igreja Romana.
Esse foi um golpe mortal contra ela que, além de perder grande patrimônio, perdeu as receitas decorrentes dos impostos que cobrava.
Em 1.555, dois terços da Alemanha eram protestantes.
VII- A REPERCUSSÃO EM OUTROS PAÍSES
Tal movimento ecoou na Dinamarca e Suécia. Deu-se, em ambos, a ruptura com Roma. Foram feitas traduções do Novo Testamento e confiscados seus bens.
Na Suíça:
Em Zurique, Zwinglio, clérigo da mesma geração de Lutero, consegue:
1- repúdio à autoridade pontifícia e da hierarquia romana;
2- supressão das imagens e conventos;
3- fim do celibato clerical;
4- liberdade religiosa de cada Cantão.
Em Genebra, a reforma foi essencialmente de Calvino. Sua obra básica: A confissão de Fé. Fez de Genebra a “Roma do Protestantismo”. Exorbitou, tornando-se implacável e intolerante na luta contra seus adversários. Ao mandar, em 1.553, queimar Miguel Servet, manchou historicamente seu trabalho.
Na Inglaterra:
O rompimento com Roma ocorreu na época de Henrique VIII, em razão do seu divórcio com Catarina de Aragão, negado pelo papa. Em conseqüência, tornou-se ele o chefe da Igreja Anglicana.
Com a secularização e confisco dos bens da Igreja, os historiadores afirmam que ocorreu a maior transação imobiliária da História. Roma perdeu grande parte de seu patrimônio que, por sua vez, veio a enriquecer notavelmente o Reino Inglês.
Na França:
Quando, em 1.520, as idéias luteranas penetraram no país gaulês, encontraram já o terreno preparado pela existência de idéias igualmente reformistas. Em 1.523, a tese luterana foi formalmente condenada pela Faculdade de Teologia de Paris. Nesse ano, o Monge Valière, tradutor de Erasmo e Lutero, foi queimado em praça pública.
Em 1.534, prospectos condenando a missa e os padres foram fixados em vários locais e até na porta dos aposentos reais. Numerosos reformistas foram presos; outros, queimados. Foi instituída a Câmara Ardente para julgamento dos heréticos. Tal fato não impediu a difusão das novas idéias através de uma elite intelectual.
Em 1.536, através da obra Doutrina da Religião Cristã, dedicada ao rei Francisco I, Calvino inicia sua pregação. Fugindo para Genebra, passa a dirigir e inspirar a Reforma Francesa.
Com Francisco I houve vários massacres, sendo o mais grave o dos “Valdenses” em 1.545, quando cerca de 22 localidades foram atacadas e 3.000 pessoas mortas.
Em 1.559 em Paris, reuniu-se o Primeiro Sínodo Calvinista. Uma verdadeira organização militar foi dada aos huguenotes (Calvinistas). Os massacres de Vassy (1.562) assinalam o início das Guerras de Religião, prolongadas até Henrique IV. Em 1.598, esse monarca, protestante, casado com Margarida de Valois, católica, decretou o Edito de Nantes, instituindo a tolerância religiosa na França.
Países Baixos:
A Bíblia foi traduzida em 1.477. O primeiro centro do Luteranismo foi Antuérpia.
Margarida D’Austria era admiradora de Erasmo. Em 1.567, o Duque de Alba inaugura a repressão sangrenta. Desde então a luta religiosa ocorre, em que se destaca Guilherme de Orange.
União de Arras (católica) e União de Utrecht (protestante) separam-se historicamente.
VIII- A CONTRA-REFORMA E ATOS
SUBSEQÜENTES
No século XV, através da “Teoria Conciliar” proclamada na Basiléia e Constança, já fora lançada a idéia de que se fazia necessária uma Reforma na Igreja Romana.
G. de Viterbo, geral da Ordem dos Agostinianos a qual pertencia Lutero, no Concílio de Latrão (1.512 – 17), a reclama ao denunciar “a impiedade, a impudicícia, a libertinagem e a ambição do Clero Romano”. Apesar disso, reafirmando o primado do papa, não foram acolhidas as medidas reformadoras solicitadas.
Após todos os acontecimentos relatados, a assembléia somente foi concretizada em 1.545 na cidade de Trento, onde foi instalado o Concílio, que durou até 1.563 (18 anos).
Suas principais decisões em síntese foram:
1- manter o clero hierarquizado sob a autoridade suprema do papa;
2- o Sumo Pontífice é o intermediário entre DEUS e a massa dos fiéis;
3- os fiéis não têm o direito à livre interpretação da Bíblia;
4- ao livre-arbítrio, se opõe o servo arbítrio;
5- o ritual romano passa a ser constituído de:
a) Catecismo romano (hoje substituído pelo Catecismo holandês)
b) Breviário
c) Missal
6- continuar a Bíblia escrita em latim – A Vulgata Latina;
7- criar o primeiro “Índice dos Livros Proibidos”;
8- criar os Seminários Diocesanos;
9- condenar a tese da Justificação pela Fé, de Lutero, mantendo a necessidade das obras;
10- condenar o Nepotismo e a Simonia;
11- empreender a Reforma dos Conventos;
12- para combater a heresia, reestruturou a Santa Inquisição (Tribunal do Santo Ofício), que voltou mais forte ainda;
13- banir de Roma o luxo, divertimentos e até mesmo o comércio;
14- Pio V proíbe a assistência médica a quem não tivesse se confessado;
15- com Sisto V institui-se a Secretaria de Estado, as nove Congregações Romanas (Santo-Ofício, Index, Concílio, Bispos, Regulares, Consistório, Estudos, Ritos e Cerimonial), e fixa em 70 o número de Cardeais;
16- por sugestão de Ignácio de Loyola, criou-se a Companhia de Jesus;
17- continuar o Celibato Clerical, a Confissão Auricular e a Celebração da Missa, apesar de não terem fundamento bíblico.
IX- O PROTESTANTISMO NOS DIAS DE HOJE
1- Em Portugal, Espanha e Itália, em razão da forte Inquisição, quase não houve penetração.
2- França, em parte, através do Calvinismo, conhecidos seus seguidores como “huguenotes”.
3- Alemanha medrou através do Luteranismo.
4- Suíça, com Calvino, em Genebra e Zwinglio, na Basiléia, conseguiu fixar-se.
5- Inglaterra (Anglicanismo), Escócia (Presbiterianos), País de Gales, Irlanda, Áustria (muito pouco), República Tcheca (Hussismo), Dinamarca, Suécia, Finlândia, Países Baixos, igualmente.
6- Continente Americano: América do Norte teve grande penetração desde os Quakers, que vieram no May Flowers. 60% da população, inclusive, é de protestantes distribuídos nas mais variadas seitas: Mórmons, Batistas, Presbiterianos, Testemunhas de Jeová, etc. Até a Igreja de Edir Macedo teve grande penetração, instalando seu Quartel General nos arredores de Nova Iorque.
7- América Latina: na maioria dos países, em razão do forte catolicismo, teve pequena aceitação. No Brasil, entretanto, houve grande proliferação de seitas, tais como: Batistas, Presbiterianos, Mórmons, Testemunhas de Jeová e mais de 6.000 novas seitas... Recentemente, a Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo, está sendo considerada um verdadeiro fenômeno. É uma multinacional religiosa, estando já estabelecida em 100 países. Outra seita, também em grande evolução, é a Fundação Renascer em Cristo, dirigida pelo casal Bispo Estevam Hernandes Filho e Bispa Sônia Hernandes. Já conseguiu realizar “Marchas para Jesus”, com cerca de 2,5 milhão de participantes em São Paulo e concomitantemente em outras capitais do País, tais como Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Salvador. Em termos de movimentos de massa, estão concorrendo com o Terço Bizantino, do padre católico Marcelo Rossi, que conseguiu levar para o Autódromo de Interlagos 2,5 milhões de adeptos em uma mega missa com show de cantores famosos.
A mais recente seita é a Igreja Internacional da Graça de Deus, dissidente da Universal. Líder: Romildo Ribeiro Soares, conhecido como missionário R. R. Soares, cunhado de Edir Macedo. Começaram juntos em 1977, mas romperam no início dos anos 80. Está em grande expansão, com filiais em Portugal, USA, Holanda, Inglaterra e Japão.
Diferença entre ambas: Internacional dá ênfase à cura; e a Universal ao exorcismo.
Tem espaço em horário nobre na Rede Bandeirantes de Televisão.
Onde não penetrou: África e Ásia.
X- BREVE COMENTÁRIO SOBRE A CONTRA-REFORMA
Negou todas as propostas protestantes. A Igreja Romana, ao revés, tornou-se mais forte ainda. A Inquisição foi mantida e reforçada.
Em 1.962, através do Concílio do Vaticano II, com o papa João XXIII, é que foram acolhidas algumas teses liberalizantes. Houve a “abertura” negada pelo Concílio de Trento.
Pressionada pelos equívocos anteriores do Geocentrismo (Galileu Galilei), a condenação à morte de Giordano Bruno, as teses de Darwin e Chardin, e com o ingresso na Era Eletrônica, foi acolhida a tese do “aggiornamento” (“atualização”).
Criou-se a Academia de Ciências do Vaticano para assessorar a Cúria Romana na “atualização” científica de seus dogmas. Com isso, possibilitou o surgimento de movimentos paralelos, tais como: Celam (do Clero Progressista), através das CEBS (Comunidades Eclesiais de Base) em toda a América Latina. Movimento de Renovação Carismática, Terço Bizantino, missa em língua nacional e de frente para os fiéis, etc.
XI- OUTROS “ISMOS”
Há muitos outros “ismos” religiosistas espalhados pelo mundo afora, tais como: Hinduísmo, Budismo, Xintoísmo, Taoísmo, e dezenas de outros mais, criados artificialmente pelos homens ao longo da História.
Como afirma o Divino Autor, Osvaldo Polidoro: “Todos irão se derreter e ficará um só: DIVINISMO. Um Deus, Uma Verdade e Uma Doutrina.- (Instrumento de Execução – O Apocalipse)
XII- COMENTÁRIOS FINAIS
1- A intenção dos espíritos vanguardeiros reencarnados era de recolocar as coisas no devido lugar. Restaurar toda a Verdade Bíblica que fora deturpada. Assim, o que houve realmente foi uma deturpação dos desígnios desses espíritos de vanguarda.
2- O Pentecoste não poderia ser ignorado. Era a segunda tentativa de generalização das comunicações espirituais.
3- Destarte, a Revelação deveria ser liberada e disseminada até os confins da Terra, e não combatida e chamada de coisa do demônio, como ainda nos dias de hoje...
4- A interpretação gramatical da Bíblia levou as várias seitas à idolatria da letra; em muitos casos, com fanatismos mórbidos... Esta, pelas previsões espirituais, será banida após a queda da idolatria da forma.
5- Esse “desvio” do Caminho da Verdade foi previsto, profeticamente, que ocorreria em razão do comportamento humano. Não houve “Determinismo Divino”, mas apenas previsão pelo comportamento, em razão do livre-arbítrio relativo da Humanidade.
6- Em Mateus. 24 e 25 e Apocalipse, o Protestantismo que alberga centenas de seitas encontra-se bem caracterizado como o “falso profeta”, que prega erroneamente a Bíblia, dando-lhe “falsas interpretações” e escondendo de seus adeptos textos relevantes.
7- Em razão das facilidades da mídia eletrônica, que no dizer do sociólogo Marshal Mc Luhan tornou o Planeta uma aldeia global, ultimamente, tem conseguido um número crescente de seguidores.
8- Os telepastores estão na moda... Há centenas desses profissionais religiosos infantilizando espiritualmente milhares de mentes, tornando-as cativas. Pela ignorância espiritual, são levadas a se tornarem mentes viscosas, pastosas, numa verdadeira pasteurização mental. Com isso, através da massificação, enriquecem-se por meio dos dízimos recebidos... O comércio religioso tornou-se altamente rendoso.
9- Em conseqüência, a Justiça Divina, por meio da varredura apocalíptica, é que limpará o Planeta dessas distorções e desvios do Caminho da Verdade, seguindo-se assim, o Programa Divino traçado, para a Humanidade lotada neste Planeta, rumo à Fase da sua Maturidade Espiritual.
10- Fazem questão de ignorar a frase de Paulo de Tarso: “A letra mata e o espírito vivifica”. Como já foi visto, em razão das manipulações humanas, a Bíblia encontra-se com muitos erros e contradições. Não os levando em consideração, acabam por tomar posições simplesmente ridículas perante cientistas e pessoas intelectualmente independentes e, com isso, afastando-os da vida espiritual.
11- Maior erro: chamar as comunicações espirituais de coisas do demônio.
12- O mal dos religiosismos é este: chafurdar as criaturas no “exteriorismo”; fazê-las mergulhar nas simulações; afastá-las do conhecimento das leis que regem os fenômenos.
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